quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Tem Dia, Lugar e Tem Hora.




"Estranho seria se eu não me apaixona-se por você". Sim, seria estranho se eu não me apaixona-se por você em um dia 11. Dia em que entrei em um show, sem saber o que o destino me reservava. E meio assim, sem querer, me senti como um velho amigo seu. Posso não me lembrar com detalhes de tudo que aconteceu, afinal, como sempre, o álcool anula algumas coisas da minha mente. Mas eu não esqueci daquele sorriso, muito menos do abraço.
Hoje é dia 29 de Dezembro, exatos 15 anos da morte da cantora Cássia Eller. Deitado no sofá da sala, vendo um documentário sobre a vida da cantora, busquei na memória onde estava neste dia. Lembrei de Penedo/RJ e também me lembrei das diversas vezes que ouvia Cássia no rádio de casa. Lembrei também do show de 14 anos da 89FM, onde a cantora subiu ao palco para cantar "Por Enquanto" de Renato Russo.
Ouvir Cássia cantar "Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu" me corta a alma, me tira a paz que tenho e que guardei por tantos anos. Você não tinha esse direito, entrar na minha vida e bagunçar meus pensamentos. Pensando melhor, você tinha sim esse direito, pois tudo que é meu tem o direito de estar nas coisas tão mais lindas.
Eu nunca busquei um mundo completo, como cássia cantou, mas gostaria de ter meu All Star junto ao seu. A minha malandragem inexiste quando você está por perto, pois é no teu abraço que consigo ser sincero, como sempre fui, mas esqueço de ser, pois as pessoas estão sem conteúdo. Eu apago a luz do quarto e procuro nos meus sonhos o que não tenho. Ainda podemos sonhar, é de graça e resgata uma esperança. São nos sonhos que encontro no teu sorriso a paz que eu sempre procurei sozinho. Posso me vestir de palavras, mas contigo infelizmente o meu traje é imaginário.
Desejo que a vida não separe nossos caminhos, por tudo que for, ainda sim gosto de ter por perto esse sorriso. Só espero que não seja pra sempre, pois um dia Cassia Eller cantou que o pra sempre sempre acaba.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Porta da Alegria



Cada vez que lembro de escrever, de destilar palavras por aqui (ou por ai) eu me lembro de você. As coisas que já fiz na minha vida, fiz do meu jeito, do meu modo e não posso voltar e consertar. Entre tantas portas que a vida me mostrou, ainda não encontrei a tal famosa porta da alegria que um dia Oswaldo Montenegro cantou. Sempre que volto aqui no blog eu me lembro da gente. Hoje não temos mais contato, confesso que fui "Radical", mas esse é meu jeito de ser. Em algum lugar dentro de você, sei que ainda pensa em mim como eu penso em você. Sei que ando incerto nos teus pensamentos. Eu prometi nunca mais escrever nada para você, achei que a página estava virada, que nosso capítulo estava encerrado. Mas as grandes histórias marcam momentos, perpetuamos nossa história de algum modo. Muitas vezes esquecer o que passou é andar na contramão dos sentimentos mais intensos. O que passou, passou, não tem como consertar.
Eu tenho tantas novidades, tanto pra contar, tantas histórias vivi sem ao menos poder te falar. Tenho saudade das suas dores de cabeça, do seu sono, do seu jeito de sonhar. Como diria a música: “A vida exige sonhos e o amor é só um jeito de sonhar”. Tenho saudade quando tudo era “Espontâneo” e de outras manias que talvez você nem tenha mais. Hoje você deve ser uma mulher madura, séria, com planos e feliz com seu novo amor. Eu chorei relendo nossos e-mails, no dia 24 de fevereiro de 2008 você disse: “Eu acredito em você”. Em outro e-mail uma letra talvez nunca teve melodia, mas que dizia assim:

"Já tivemos dias melhores,
Mas hoje ela quer ser espontânea.
Não me chame de ingrato,
Esta noite eu ainda posso ser seu.
Eu não te deixaria só por nenhum tempo,
Pois tudo é espontâneo, ate você e eu."


Você sempre acreditou em mim né? Deve ser por isso que eu gostava tanto de mim quando estava com você. Você entendia meus sonhos, meus planos, minhas confusões, meu jeito (naquela época) Rockstar de ser. Os sonhos que a vida exigiu naquela época, hoje são outros. Eu fracassei de certa forma onde queria chegar. Mas em compensação, eu estou bem pertinho de onde sempre sonhei. Os palcos por onde piso são aqueles que um dia descrevi pra você. Você ainda se lembra de mim quando chove? Não né? Eu sempre lembrei (Calma tenha calma minha previsão do tempo, diz que hoje não vai chover). E o Chuva, como está? Ainda se lembre dele? No dia 26 de Fevereiro de 2008 você escreveu: “Agora vou te pedir uma coisa: Não fica sem me dar notícias”. Talvez escrever aqui no blog seja um modo de dizer que estou bem, vivendo outros sonhos, outras conquistas e aprendendo a cada dia. Sei que um dia você vai vir aqui, saber como estou. Eu estou bem LU. Cada um passa em nossas vidas para marcar de alguma forma, para estimular em algum sentido. Você entrou na minha vida para transformar pensamentos em palavras e aqui eu me mostro pra você. Como diria a música abaixo:

"Descansa que a vida dá um jeito
Que for para ajeitar
E o que não foi possível, é possível que ainda esteja lá
De repente, em qualquer rua sem aviso

A gente vai se achar"

I MISS YOU

Rogério

Obs: Para não perder o costume, deixo essa música que diz muito de como eu sou hoje longe de você. Se puder, ouça, vai se lembrar de mim.

 A PORTA DA ALEGRIA
(Oswaldo Montenegro)
Cada vez que eu subo ao palco pra cantar
Eu me lembro de você
Será que ainda quero falar?
Ainda há coisas pra contar ou pra dizer?
O vento corta a pele, mas
O coração por dentro resistiu
O sol lá fora é novo, mas você não viu

Cada vez que alguém me olha com atenção
Dá vontade de gritar
Que o tempo tá na contramão
E é preciso de algum jeito se apressar
A vida exige sonhos, e o amor, é só um jeito de sonhar
E não há mais segredo se a gente falar

Mas eu seu que fiz as coisas do meu jeito
Não há o que consertar
Cada um tem sua história
Só quem viveu, é que pode contar
E o passado é diferente na memoria
E o certo é o que virá
Abre a porta da alegria e deixa entrar!
Abre a porta da alegria e deixa entrar

Hoje eu sei só quem tirou a fantasia
Aproveita o carnaval
Apaga o que havia
E comemora o que há de novo no quintal
O amor troca de rosto
Mas mudar não quer dizer que é o final
Se lembra: Toda a nostalgia pode ser fatal
E descansa que a vida dá um jeito
Que for para ajeitar
E o que não foi possível, é possível que ainda esteja lá

De repente, em qualquer rua sem aviso
A gente vai se achar
Abre a porta da alegria e deixa entrar
Abre a porta da alegria e deixa entrar
E hoje eu sei que fiz as coisas do meu jeito
Não há o que consertar
Abre a porta da alegria e deixa entrar
Abre a porta da alegria e deixa entrar

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O Último Suspiro De Um Anjo (mesmo se nada der certo)


Percebi que a vida é feita "previsão do tempo", existem os dias de sol, os dias de chuva, os dias nublados e os dias em que no mesmo dia tudo acontece e você não pode prever nada. Os dias de sol eu aproveito, os dias nublados eu tiro fotos em preto e branco, mas os dias de chuva eu observo pela janela do quarto, esperando que os anjos parem de chorar. Talvez você faça o mesmo, talvez você não queira sorrir nos dias de chuva. Talvez você não precise dançar tão triste, não precise aceitar o que os outros dizem. Talvez você nem me queira por perto.
As flores do seu quarto não são as mesma né? Eu queria que elas durassem até a próxima primavera, para que todo dia ao acordar você tivesse um motivo para sorrir. Mas uma vida nunca é infinita, assim como nenhum sentimento, nenhum amor. Tudo tem sua hora e os anjos são implacáveis em tomar de volta o que lhes pertence. 
O que te pertence?
O que me pertence?
O que pertence a nós?
O que pertence aos anjos?
A você pertence todos os mistérios, todas as memórias e todos os sorrisos e olhares (aqueles olhares que só você sabe fazer).
A mim pertence todas as canções (Lembra que fui eu, não esquece que fui eu, que te amou demais desde o dia em que te conheceu. Admite, eu sei, que também sente falta - Jorge e Mateus) ou então (Prometo que eu não vou ser mais o cara que te enganou. Confia em mim deixa eu te mostrar meu amor quem eu sou - Henrique e Juliano) A mim pertence ainda as lembranças dos olhares.
A nós pertence o dia que nos conhecemos, o livre arbítrio e as risadas do Ronnie.
Aos anjos pertence o último suspiro de ter tentado, mesmo sem a garantia de algo ter dado certo. 
Só ficou razões, e entre as razões, acho que você esteve certa o tempo todo, o vento pode ter ouvidos. Alias, acredito hoje que o vento leva nossos pensamentos aos anjos. Que façam bom proveito dos meus pensamentos, mas que eles te entreguem apenas meus melhores sentimentos e uma dose de sinceridade. Eu tentei ser um sonho bom, mas talvez seja a hora de voltar pra casa. 

Tell me if you wanna go home
('Cause I'm just not sure)
Tell me if I'm back on my own
(How to get back there)
Giving back a heart that's on loan
(And I just can't bear)
Tell me if you wanna go home
(If you're not there)

Keira Knightley - Tell me if you wanna go home


quinta-feira, 23 de abril de 2015

A Canção na Voz do Fogo

Deixar a tristeza e trazer a esperança em seu lugar. Seria simples, se não fosse um tanto quanto complexo mudar coisas que trazemos no coração. Deixar de lado a angústia do dia a dia, dos amores imperfeitos ou não encontrados ou não correspondidos e colocar em seu lugar a esperança de dias melhores. É, eu sei, já retratei e eternizei isso em canções, já fui radical muitas vezes. O que fui e pra quem escrevi já não importa mais, hoje os motivos fingem que eu não existo. Mas não quero falar desse meu passado, não desse passado. Afinal, canções são canções e ficaram no passado pra ninguém. Literalmente pra ninguém. Tudo que fiz e escrevi foram palavras ao vento.
Hoje assisti o documentário sobre Cássia Eller. Genial, sem sombra de dúvidas uma das maiores cantoras que o Brasil produziu. Ela foi sopro, foi brisa, foi vento e vendaval. Cássia ultrapassou os limites artísticos, deixou legados, superou preconceitos e viveu intensamente o slogan Sexo, Drogas e Rock "n" Roll.
Ouvindo sua voz em canções me remete muito aos meus sonhos. Tem canções que me lembram outras coisas como "Um Branco, Um Xis, Um Zero" por exemplo:

"Já passei um pano um branco, um zero, um xis
 Um traço, um tempo, já passei Só o cheiro do seu cheiro Não consigo deixar para trás Impregnado o dia inteiro Nessa roupa que eu não tiro mais"

O cheiro. A gente esquece os olhos, a boca, o jeito, mas nunca um cheiro. Talvez isso me marque mais que momentos. Sentir o cheiro e me lembrar de um tempo bom, de uma música, de sentimentos, de tudo que me faz ser o que sou. Mas quem sou? Cássia escreveu uma carta que dizia:

‘Você pode achar que me conhe­ce. Pode conviver comigo, ser meu amigo, pode até ir para a cama comigo, mas você não me conhece.'

Eu sou o misto de sentimentos, de emoções, de carinho e afeto, de raiva e indignação. Sou malandro, mas se soubesse ser malando de verdade, seria honesto só por malandragem. Mas sou puro de coração, simples por opção e sonhador por imposição dos astros. Meu sonho era deixar um legado, hoje apenas existo e vivo, mas não sei pra que vivo, por isso apenas existo. Eu queria ser Cássia Eller, como a própria Cássia cantava, mas não sou. As vezes me perco nas malandragens da vida, na bebedeira, na canções de porta de botequim, nas camas que nunca vi. Mas entre as coisas tão mais lindas encontrei o eixo de um amor novamente. De presente de aniversário, Deus me mandou entre as coisas tão mais lindas um anjo que sempre sonhei. Se é não sei, mas hoje parei de me jogar ao vento feito palavras. Deixei de lado a malandragem, busquei na luz dos teus olhos o segundo sol que tanto procurei.



domingo, 23 de fevereiro de 2014

Boa parte de mim vai embora

Olha lá, venha ver a vida andar na frente, sem pegar atalhos e chegar primeiro onde eu nem pensei em chegar. Eu fecho a porta dos meus sentimentos para que eu possa refletir no que estou sentindo. Meio Engenheiros do Hawai naquela canção “Pra ser sincero”. Deus sabe como eu queria ser sincero, mas a pior sinceridade é aquela que você só guarda pra você. E pra ser sincero, tudo que espero é apenas educação, todo crime tem seu castigo e o pior deles pode ser o silêncio.
Eu perdi as palavras, perdi os passos e deixei o coração ditar as regras desta vez. Descobri as famosas prisões sem grades, aquelas que prendem e torturam seus sentimentos, seus ideais, torturam quem você é. Eu já não posso ser o que sou, escondo meu passado dos olhares e ai de mim me orgulhar. Não posso.
Sei que não sou perfeito, nem desejo ser, ou não, talvez eu deseje algum dia chegar perto da perfeição pra sentir a sensação de ser o que tanto esperam de mim. A minha alma não aguenta viver dentro desse corpo que tem outras vontades, outros desejos, outros ideais.
Eu deveria guardar minhas lágrimas pra Deus, bater cabeça ao divino e chorar. Mas sempre deixo as lágrimas tomar conta de mim e por mais que tudo esteja errado, eu sei que minha alma quis o certo. Portanto, sou inocente, pois era meu desejo e não minha necessidade.

“Enquanto eu tiver saúde
Enquanto eu tiver de pé
Enquanto a gente se amar
Enquanto a gente ainda tiver
Um coração tão cheio
Tão cheio de amanhã”

E todos os beijos, todos os carinhos são válidos. Não me completam, mas eu eternizo dentro de mim cada sentimento. Teu amor é feito semente que plantas nas campinas do meu coração. Mas boa parte de mim vai embora quando você não cuida, me anula e me faz ser algo que não sou. Boa parte de mim vai embora quando meus sonhos, que é o que tenho de mais puro e inocente, são massacrados com seu desespero de me amar.
Eu só quero, como naquela música do Vanguart, “ter um coração tão cheio, tão cheio do amanhã”


terça-feira, 17 de setembro de 2013

A Linha do Tempo

kkkkkkkkkkkkkkkkk
No dia em que traçaram a minha linha do tempo, talvez eu não esperasse que ela seria torta e incerta. Por muitas vezes o destino escreveu por estas linhas, histórias que talvez eu não devesse viver, mas acho que mereci. Por onde fui tentei levar um pouco de nós dois e do que sentia e em cada frase que escrevia, existia você. Não me arrependo, valeu a pena cada linha escrita sobre o nosso tempo.
Hoje teu sorriso já não ilumina mais um dia da minha vida e a tua força, que antes eu tanto admirava, já não tem sentido nas páginas dos meus dias. Mas no paralelo do nada que você deixou, corre junto a saudade, e saudade só nos faz olhar pra trás, induzindo o erro, o erro de achar que podemos viver de novo um momento que passou. Engano meu, já não sou mais tão criança a ponto de acreditar que sentimentos podem ser iguais novamente.
Se tentei eternizar você em canções, textos e poemas, hoje sinto que foi tempo perdido, pois você não conseguiu o mais simples: eternizar-se dentro de mim. E eu nem pedi tanto, só um olhar de carinho (que me destes muitas vezes) bastaria, mas quem ama sempre busca o pra sempre. O presente vira passado na volta do ponteiro do relógio.
Eu voltei ao campo santo, visitei quem mais amei, me lembrei da tuas mãos junto as minhas, do seu olhar triste enquanto eu perdia parte de mim. Agora um sorriso me invade os lábios, pois sei que vive perdida, procurando sentido aos teus sentimentos. Nas linhas das frases é onde você se encontra e percebe que uma parte de você vive aqui, eternizada nos meus textos. Lembra:

“Em mundo tão meu existe um quintal, onde eu brinco, planto e colho frases feitas, nem tão perfeitas assim......Radical”

É a minha linha do tempo, é o céu que escolhi, as cores que inventei e as canções que fiz para embalar os meus sentidos e o nosso tempo. Não tenho como apagar você da minha vida, apenas isso será eterno hoje. Mas tenho a opção de nunca mais escrever uma palavra sobre você e no que resta da minha linha do tempo.  Eu sei, tem dias que sou assim tão radical, mas eu sei que há muito tempo sua linha do tempo não me pertence mais.



domingo, 2 de junho de 2013

Refletiu a Luz Divina

(Meu oratório particular)

           Hoje peço a licença para falar sobre um assunto que está mudando minha vida e meu modo de pensar. Eu que um dia pensei em tudo e achei que soubesse falar sobre tudo, aprendi que nem tudo sei e nem aprenderei. Mas sobre o pouco que sei, quero dividir com você, claro, se quiser saber. O assunto pode ser delicado, assustador para muitas pessoas, mas hoje eu entendi o motivo da fé e é sobre isso que quero falar.
           Desde de pequeno em tudo que me apaixono vou a fundo, foi assim no esporte, na música e hoje na religião. Fui criado Catolicismo, mas sempre tive uma ligação forte com o espiritismo. Não sabia distinguir o que era o que, não sabia o que era Kardecismo, Umbanda, etc. Apenas dizia: Eu gosto do espiritismo, vou lá me benzer. Até que um dia as coisas mudaram e eu aprendi e escolhi a qual espiritismo queria seguir. E a minha escolha foi A UMBANDA.
           Muitos me perguntam se onde eu vou fazem macumba, trabalhos, se Exu é o Diabo. Enfim, as dúvidas são muitas entre pessoas que conheço, mas o medo de saber a verdade ou se aprofundarem mais no assunto é maior, por isso, muitos param por ai. Sempre gosto de explicar: A Umbanda é uma religião, portanto, só pode e deve fazer o bem. É fato que muitos rotulam a Umbanda para o mal, mas o mal existe nas pessoas e não na Umbanda. Assim como existe pastores evangélicos safados, existem muitos que trabalham corretamente dentro das suas igrejas. Enfim, dentro de cada religião existem pessoas que trabalham para o bem e trabalham para o mal, achando muitas vezes que estão fazendo algo bom.
            A Umbanda nasceu em 1908, seu fundador foi Zélio de Moraes, que em uma mesa Kardecista incorporou o espírito de um índio, que se apresentou como o caboclo das Sete Encruzilhadas. Antigamente espíritos de índios ou pretos não podiam se manifestar nas sessões kardecistas, sendo julgados como espíritos atrasados:

 - "-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."

A partir de então a Umbanda foi criada, com o misto do espiritismo, do catolicismo, do candomblé, e de outras religiões, tornando-se uma religião típica brasileira. Dos Orixás o sincretismo com os santos católicos, tendo Deus chamado de Olorum e Jesus Cristo sincretizado com o orixá Oxalá.
Mas o que é um Orixá? Nas palavras do meu dirigente espiritual, o sacerdote Alex Santos, Orixá são os sentidos de Deus atuando em nossa vida: Fé (Oxalá), Amor (Oxum), Conhecimento (Oxossi), Justiça (Xangô), Lei (Ogum), Evolução (Obaluaê) e Geração (Yemanjá).
Dentro disso, trabalham os espíritos em forma de arquétipos, dentro das linhas de trabalho: os Caboclos, Os Pretos-Velhos, Os Baianos, Os Boiadeiros, Os Marinheiros, Os Ciganos, As Crianças e os Guardiões, conhecidos como Exú. A gira (como é chamada a missa ou o culto Umbandista) os espíritos incorporam nos médiuns com esses arquétipos simples, de pretos velhos ou baianos, para ajudar a quem precisa. Mas por que um espírito incorpora em um médium com um arquétipo de um índio? A minha resposta é: A Umbanda é uma religião que trabalha com a simplicidade, para ajudar todas as pessoas, de qualquer classe social. Mas é preciso ter o coração humilde e manso, como diria Jesus Cristo, para entender e absorver o poder divino dentro da Umbanda.
Explicando em parábola, se um dia você estivesse na rua, perdido, sem orientação e visse de um lado um senhor de gravata, muito bem aparentado e do outro um negro, sentado em um toco de madeira, fumando um cachimbo. Te pergunto: Para quem você pediria uma orientação? A Umbanda trabalha com arquétipos genuinamente brasileiros, arquétipos simples, dos quais, sofrem preconceitos a todo instante (Pretos, índios, baianos, boiadeiros, etc...). A espiritualidade é sábia, é preciso humildade para ter amparo de Deus.
Para pisar na Umbanda tem que pisar devagar, firma os pensamentos, livrar-se dos preconceitos terrenos, abrir o coração para a simplicidade e deixar a humildade trabalhar dentro de você. Lembre-se então, Umbanda é religião, portanto, só pode fazer o bem. Quando pisar no templo de Umbanda, peça a benção de Deus, Olorum ou Zambi, ali é a casa dele também. Talvez do jeito que ele sempre sonhou, assim gosto de pensar. Sem ouro, sem ostentação, sem ternos e gravatas, sem forçar você a nada. A Umbanda é que eu acho que Deus gostaria que fosse: o pé no chão, o branco na roupa e o amor no coração.
Saravá Umbanda.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Longe, mas tão perto..........


O que divide dois corações?

Não sei. Sei que ultimamente o que divide os corações são motivos novos e tecnológicos. É o trabalho, a correria do dia a dia, o cansaço. Por isso não conseguimos mais encontrar pessoas do modo normal: No bar, no restaurante, na balada ou mesmo um encontro por acaso no ponto de ônibus ou na fila do cinema.

A internet nos liga aos corações mais sozinhos, solitários, distante  de mundos que nunca poderia imaginar. Na rede de milhões de pessoas existia um coração diferente, ausente das alegrias simples da vida.

Será? Quem sou eu pra falar deste coração que ainda nem toquei, muito menos conheci.

Não consigo entender como sem conhecer nos tornamos íntimos de corações que nem conhecemos, mas que parecem bater na mesma intensidade do nosso. Na rua dos perdidos meu coração vibra no meio de tantos e todos aplaudem, finalmente um coração foi libertado das correntes frias dos sentimentos mundanos. Corações inspirados.

Inspirado é pouco para quem é louco e se entrega assim, de coração aberto pra quem não se conhece. Só faço uma prece, fica comigo essa noite que do resto à gente esquece. Se for pecado gostar de quem não se conhece, então que Deus me perdoe e coloque um pecado a mais na minha conta e um perdão a mais na conta do amor. Dos meus pecados me entendo com quem for de direito, do meu amor entrego para quem não conheço. 

E assim o amor é cheio destas coisas, a gente não entende o que acontece no que pensa, mas pensa. E se pensa é bom, é diferente, é coisa da gente. É gostar imediatamente, incondicionalmente.  

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Brasília, A Capital da Música


“Capital da esperança, asas e eixos do Brasil. Longe do mar e da poluição, mas um fim que ninguém previu.” E quem pode prever alguma coisa sobre Brasília? Capital das grandes surpresas (em todos os sentidos).Inaugurada no dia 21 de Abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, Brasília é conhecida como Capital Federal do Brasil, onde lá são tomadas as principais medidas de nossos governantes. Mas o planalto não é só conhecido por isso, lá é a capital da cultura também.
O pesquisador Wagner Homem (1), autor dos livros “Histórias de Canções” deChico Buarque e Toquinho conta que: “O presidente Juscelino queria inaugurar Brasília, a nova capital, obra máxima de sua gestão, com projeto do urbanista Lúcio Costa e prédios de Oscar Niemeyer, com um grande espetáculo de luz e som, à semelhança do que se fazia na Europa.O convite foi feito e em fevereiro de 1958 e a dupla (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) começou a trabalhar no projeto.” Mas a sinfonia acabou não sendo executada na inauguração por falta de dinheiro.
Durante o período em que ficaram em Brasília para terminar a Sinfonia da Alvorada, Tom e Vinicius hospedaram-se no Catetinho, residência provisória do presidente da república. Nas cercanias da casa por onde costumava passear havia um córrego. Tom indagou a um trabalhador se a água era potável. A resposta foi “é água de beber, sim senhor”. A música “Água de beber” começou em Brasília e 10 anos depois foi imortalizada na voz de Frank Sinatra.
No final da década de 60 o cantor Ney Matogroso trabalhava na área da saúde na capital federal e vivia entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Foi quando recebeu um convite de João Ricardo para montar a banda que revolucionaria a música brasiliera, os Secos e Molhados.
No começo da década de 70, Oswaldo Montenegro adota Brasília como a cidade do seu coração e lá toma conhecimento de música erudita nos concertos do Teatro Nacional. Nos anos que seguiram, Oswaldo ganhou o país e venceu festivais importantes da época, entre eles o MPB 80. Nos bastidores dos festivais que o cantor comandava na cidade, uma garotinha ia tomando destaque, anos depois ela seria conhecida como Cássia Eller.
O Punk Rock acelerou ainda mais a cultura brasiliense, jovens entediados das tardes da capital resolveram então adotar a filosofia punk que chegava da Inglaterra. Ao som de Sex Pistols e Clash, jovens como Renato Russo,Dinho Ouro Preto, Philippe Seabra e Herbert Viana matavam o tempo ouvindo e lendo tudo que saia sobre o novo som que tomava de assalto as rádios do mundo. O Punk Rock surgia para abalar as estruturas do Planalto.
(2) “No começo era mais aquela coisa: Você não precisa saber tocar pra subir em cima do palco. Então, todo mundo formava banda. A gente não era situacionista, nem anarquista. A gente falava sobre certas coisas, mas basicamente era Diversão, Rock ‘n’ Roll e Sexo.” Dizia Renato Russo.
Philippe Seabra comenta que: (3)“Estando em Brasília, isolado fisicamente do resto do Brasil, embaixo da asa do João Figueiredo, era o governo Figueiredo, com censura, repressão militar, deu esse sotaque singular que o rock de Brasília tem. Se não fosse Brasília, nada disto teria acontecido. Brasília formou essa turma como nenhuma outra cidade formaria.”
Bandas foram formadas, Philippe Seabra e André X montaram a Plebe Rude. Os irmãos Fê e Flávio Lemos ao lado de Loro Jones e Dinho Ouro Preto, batizaram sua banda de Capital Inicial. E Renato Russo, líder da “Tchurma” como gostava de chamar, ao lado de Marcelo Bonfá, forma a Legião Urbana.
Além da diversão e da fuga do tédio tendo a música como válvula de escape, as letras eram diretas e politizadas, afinal, Brasília transmitia isso. Muitas destas letras eram censuradas e para fugir das garras do censor, as bandas alteravam as letras para serem liberadas para execução pública. Acontecia mais ou menos assim:
A letra original dizia: “Moramos na cidade, também o presidente e todos vão fingindo viver decentemente. Só que eu não pretendo ser tão decadente, não”. Para então passar pela censura, virava: “Moramos na cidade, também o presidente e todos vão vivendo tão decentemente.” Sem fiscalização do governo, nos shows da turma, as músicas eram cantadas conforme era escrita originalmente, mas a polícia não deixava passar e sempre algum show ou festa que a galera promovia acabava na delegacia.
Plebe, Capital e Legião representaram a cara de Brasília no Rock Brasileiro dos anos 80. Músicas como “Que País é este”, "Geração Coca-Cola”, “Censura”, “Até Quando Esperar”, “Fátima”, “Tédio”, “Brasília”, “Música Urbana” entre outras, soam como atuais até hoje.
“Todo esse lado político apareceu meio sem escolha, fomos empurrados nessa direção por morar em Brasília. Eu sempre achei que o artista tinha que aproveitar o espaço que é dado. Usar de maneira responsável, de maneira consciente. O que não muda é uma espécie de inconformismo, sabendo que a gente tem essa voz através da música, a gente tenta usar isso. Essa visão que tá errado, que só tem maracutaia, a gente tenta alertar, é uma gota no oceano e a gente tenta alertar as mazelas que estão rolando.” Diz Philippe.
Brasília completa 51 anos e pode se orgulhar da música que revelou ao Brasil. Mesmo não podendo se orgulhar de quem governa ou quem governou o país nestes anos, alguns artistas que surgiram na capital federal podem cantar com orgulho por muitas gerações:
“Verás que um filho teu não foge a luta”

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Estrela Que Não Encontrei


Hoje eu queria encontrar a estrela que eu escolhi antes mesmo de desembarcar nesse plano terrestre. Eu tenho certeza que antes mesmo de chegar por aqui eu escolhi a estrela que brilharia e iluminaria toda a minha vida, todo meu caminhar, todas as minhas atitudes e minhas decisões. Esta estrela ia reger todas as coisas tão mais lindas, ia brilhar no meu céu e junto com o sol aqueceria sentimentos puros e sinceros.   
Mas antes do meu céu, antes do meu mundo, existia um universo chamado Vida e eis que vi que não estava sozinho com a estrela que um dia escolhi. A vida tinha planos e eu só encontraria a minha estrela se passasse pelas provações de um ser humano normal. Deixaria de ser aquele Deus inventado pelos gregos, o centro da vida e me tornaria humano, cheio de sentimentos, dores, razões, egoísmos, etc.
Tornei-me pequeno e do cara que eu sou não sobrou muita coisa para minha estrela. Perdi o rumo, pensamentos invadiam meu ser e eu não tinha outros caminhos, a não ser aquele que a vida direcionou. Era preciso mudanças para que tudo tivesse sentido, para que tudo fosse natural e fosse eterno. Hoje eu não consigo ver além de mim, sou limitado e um ser humano frio como um planeta distante do sol, distante da essência, distante da minha estrela. Fechado em um mundo humano, um mundo criado por mim e por sentimentos gerados pelos homens. Apenas te peço que me encontre, pois eu não posso mais ser quem eu sou, pois nos meus planos antes de desembarcar por aqui, eu prometi ser perfeito, mesmo com todos os defeitos. Eu prometi cuidar de você, prometi admirar tua luz e te amar cada vez que no meu céu você brilhar.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Apenas Respirar


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Quanto tempo eu não venho deixar aqui as coisas que penso e sinto, alias, mas sinto do que penso. Exatos 6 meses. Quantas coisas aconteceram e confesso que perdi mais uma vez aquela inspiração de relatar os sentimentos que tenho, talvez por que, tais sentimentos ficaram no passado, enterrado, e eu quis apenas respirar. Mais uma vez respirar. Antigamente eu era um homem de sorte por contar nos dedos às pessoas que amava. Hoje em dia as pessoas se perderam entre meus dedos e não sei mais se o que sinto é amor. Deve ser amor, sempre é e eu não vivo sem. O novo que chega arrebata feito ondas em ressaca, joga pra cima meus sentimentos. Mas se vai embora, eu, duro feito rocha não me abalo.                 
Mas sempre existe aquela onda que se aproxima e chega leve, cheia de encanto. Eu paro para respirar desta vez. Agora sim, eu voltei para uma tarde leve e de calmaria, afinal,  você chegou.

 - Did I Say that I need you?
-  Did I Say that I want you?

                Senta aqui e me abraça forte desta vez e prometa que você é aquela onda que sonhei todo esse tempo. Mas existe o pecado, os pensamentos contrários, a noite que chega. Pecado é sentir às vezes o que eu sinto sem as coisas merecerem. Pecado é estar acordado as três da manhã pensando em você sem saber quando vou ouvir as coisas que preciso para respirar.

Respirar!

                Eu preciso respirar e não deixar a ansiedade tomar conta da minha alma, mas eu já me conheço, cometerei loucuras novamente em nome de um sentimento que eu quero sentir e não sei se é verdadeiro. Mas confesso que é bom. 
                 Deu saudade daquela noite na praça pôr do sol, falando sobre a vida, a família e sentir o abraço mais sincero das últimas semanas. Deu saudade das mensagens e das noites no telefone. Deu saudade da sua cabeça no meu ombro enquanto dirijia pelo Parque do Ibirapuera pensando:

- Eu sou um cara de sorte.

                Eu não sou um cara de sorte, chega de pensar assim. Caras de sorte sempre se ferram no final. Sorte tem você de poder ter ao seu lado um cara simples que canta Black ao violão enquanto apenas respira por você. Just Breathe.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Todos os sonhos do mundo


Às vezes quando me deito fico imaginando e criando formas nos meus sonhos, tentando entender cada um deles. Divido-me, eu e meus sonhos. Gosto de brincar com eles, como o menino Jesus do poema de Fernando Pessoa, que foge do céu e torna-se humano como qualquer outro menino.
Sou como o poema de Mario Quintana:

“Nunca diga te amo se não te interessa,
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.”

Não sei ser de outra forma, tenho que ser intenso, tenho que dizer, tenho que gritar às vezes. Mas volto a pensar no que o poeta diz:

"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!

Muitas pessoas não gostam da intensidade, gostam de amar no silêncio recatado. Mas se eu for ousado, que eu te transmita confiança. E quando eu observar seus olhos, não desvie, nem pisque, pois eu tenho um segredo pra te contar. Um não, talvez eu tenha um segredo e alguns sonhos, destes sonhos, muitos de menino, mas outros de homem que ainda acredita nas palavras simples.
E quando eu me deitar sob a luz do abajur para escrever meus segredos sobre o que sinto por você, que eu mude minha alma de casa, como diria o poeta, mas saiba que volto a ser completo, pois me sinto realmente em casa. Volto a ter todos os sonhos do mundo dentro de mim, pois só assim, volto a amar enfim.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sob essa chuva


Patty Griffin cantou perfeitamente o seguinte verso: “Então vou deixar o tempo perdoar o passado e vou fazer alguns outros planos”. É tão difícil pensar no tempo como um remédio para o passado. Mas sim, eu fiz outros planos, contei outras histórias e escrevi outros poemas, até cantei outras canções. Penso se adianta, pois ainda continua aqui dentro tudo aquilo que encontrei um dia.
Não encontrei por muito tempo a vontade de escrever, abandonei as palavras, rasguei meus versos. Cerquei-me de pessoas invejosas, dei mais valor ao veneno dos conhecidos e não absorvi as críticas sinceras dos amigos. A paciência foi visita no meu ser, entrava, batia o cartão e não trabalhava dentro do meu coração. Deixei-me jogado nas valetas da vida, mas vi tudo que tinha que ver. Li histórias de ódio, presenciei o dedo apontado para inocentes. Mas também conheci histórias de perdão e amor. Do inferno vi o paraíso.
Não perdi a Fé, apesar de a chuva cair violentamente dentro de mim. Eu imaginei ver você pelo retrovisor do carro esses dias, lembrei daquele abraço onde encontrei a metade perdida da minha alma. Senti os cheiros das matas e conversei com Oxossi sobre a brevidade da vida. Ele me disse: “O que fica é o bem que tu faz”.
A vida é um flash de luz. É tu quem comanda o brilho dessa luz que existe dentro de você. Quando acreditamos, nem a chuva que cai apaga esse amor que sentimos. Incomoda a cada dia, a cada hora, a cada pensamento e a cada música que ouço. É chuva, é tempestade, que ela lave o que eu sinto. Que as palavras sejam trovões e as letras como pingos de chuva.
"Agora não quero implorar, baby
Nunca choveu tão forte como esta noite antes
Por uma coisa que talvez você nunca possa dar
Eu não estou procurando pelo descanso de sua vida
Eu quero apenas outra chance para viver”
Outra chance, outros planos, como eu queria ter. Alias, eu tenho, mas a estrada que sigo está repleta de outdoors com seu rosto e com as promessas que você nunca me fez. Um dia imaginei que saíram da sua boca. Na encruzilhada entre a chuva e o sol, resta a dúvida: Será que você se foi? Será que foi um sonho, um delírio? Ou fui eu que ainda não apareci na sua vida?


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Da Fé


Imagine se ele olhasse nos teus olhos e disse-se que você foi escolhido para ser seu melhor amigo. Que maluquice Rogério, como assim? Te respondo: Nós não escolhemos nossos amigos, nossos amigos que escolhem a gente.
Ouvindo a banda Anjos de Resgate entendi que um certo homem me escolheu como amigo. Mas como ter um amigo que a gente não vê, não ouve, não sai pra balada muito menos tem uma página no Facebook? Te respondo novamente: Nós sentimos ele. Quantos e quantos amigos você vê, ouve, sai, mas você não sente. Ele é como o vento, não vemos. Quando estamos concentrados em nosso silêncio, ouvimos um soprar e sempre quando saímos ele está conosco. Ele entende nosso sofrimento, ele sabe das nossas angústias, ele ouve nosso pranto e divide conosco, toda noite, o mesmo travesseiro.

- Mas por que este amigo permite com que eu sinta essa dor, esse vazio? Por que ele me abandona?

Essa é a pergunta que você me faz e eu te respondo: Ele não te abandona, você é que abandona o principal instrumento de ligação entre você e ele. Você abandona sua fé. Sua fé nele e principalmente sua fé em você. Mas de várias formas ele tenta te dizer uma coisa e na canção da banda Anjos de Resgate ele te diz:

"Sou eu, quem vai ouvir você
quando o mundo não puder te entender
Foi Deus, quem te escolheu pra ser
o melhor amigo que eu pudesse ter"

Na hora da solidão, na hora em que o mundo inteiro não entender o que você sente e principalmente ninguém quiser te ouvir, quem te escolheu como amigo vai entender o que você sente. Como todo grande amigo, ele não vai te mostrar o que você quer, ele sempre vai orientar o que realmente você deve fazer.
Eu percebi que em todos os momentos da minha vida ele esteve presente e na solidão ele foi o único que sentou aos pés da minha cama e velou meu sono por toda a noite. De tão amigo ele me chamou de filho e nas lágrimas de saudade que do meu rosto rolou, ele secou, me amparou e disse: "Tenho outro amigo aqui que te ama e também te chama de filho e me agradece a cada dia por ter escolhido ele pra ser teu pai"

Minha fé é tamanha neste amigo que só de pensar meus olhos se enchem de lágrimas pois, só quem sabe e tem a fé neste amigo sabe o que é. Quer um conselho? Peça a esse amigo todas as coisas uma coisa apenas: FÉ, FÉ, FÉ

Ele vai te atender e você de nada mais vai precisar.


"Estou aqui pra ser amado e te amar
Te olhar nos olhos e deixar-me apaixonar
Diante de Ti pra me render ao Teu amor
E confessar minhas fraquezas; sou pecador
Também estou aqui pra pedir perdão
Pelas almas que ainda não buscam Teu coração
Te amar por quem não Te ama
Te adorar por quem não Te adora
Esperar por quem não espera em Ti
Pelos que não crêem
Eu estou aqui!!!"

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Das Emoções


“Você representa uma emoção, uma emoção artística. Mas você não é essa emoção, você representa. E ai vem a sua responsabilidade, se você é assediado, não é você, é a emoção que a sua arte causou. As pessoas vão lá para ver o Victor e Léo no show. Não, mas elas pode até achar que sim, mas elas vão pela emoção que a música causa nelas e nós somos os representantes palpáveis e visíveis”
Victor Chaves definiu muito bem, pelo menos pra mim, o que significa a emoção de uma música. A representação artística de uma canção e suas responsabilidades, um pensar mais ou menos assim: “o que essa música vai gerar nas pessoas?” Amor, ódio, inveja, reflexão, arrependimento. Enfim, são diversos os sentimentos que uma canção pode causar.
Eu vi uma diferença entre a emoção e o artista que muitas vezes se confunde, o púbico confunde e o próprio artista se confunde também. Vejo que o artista é o instrumento de uma emoção de momento, uma inspiração. A gente joga pra fora através da janela da alma essas emoções. Aquilo talvez não pertença mais a você e sim ao outro, ao mundo.
Eu corri pela direção contraria por muito tempo, achei que o dom da música me daria à recompensa maior, o sucesso. É preciso estar pronto para o sucesso, eu não estava e vejo tantos outros artistas que também não estão. Às vezes acho que o sucesso além de coroar a música ele ao mesmo tempo corrompe seu instrumento. A emoção é simples, ela não precisa de um milhão, ela precisa de um só para sua satisfação. Seu instrumento precisa ser humilde e “não viver de inventar e não ser”.
Sempre pensei assim: “Se um dia, uma canção que fiz significar algo para alguém e de alguma forma aquilo mudar a vida desta pessoa, posso me dar por satisfeito”
Isso é coroar de verdade uma canção. Mas se naturalmente ela mudar a vida de muitas outras pessoas, melhor ainda. Saiba, não é você artista, e sim a canção, você é o instrumento da emoção. Um anjo do céu me disse uma vez que a canção “A Estrada” da banda Cidade Negra foi uma influência espiritual. Pensei nisso e ao ler a letra, percebi o quão profunda é. O artista canalizou essa emoção e cantou:
A vida ensina
E o vento trás o tom
Pra nascer uma canção.
Com a fé do dia-a-dia encontro a solução.
Essa fé que me faz otimista até demais como canta Rogério Flausino, uma fé que não se abala. A fé é o combustível dos nossos sonhos. Os sonhos que se deixam levar pelas pretensões de sucesso e o sucesso nem sempre é o lugar que realmente nossas emoções deveriam estar. O sucesso é bom, ser famoso é ótimo, manter-se que é difícil. Talvez tuas emoções não precisem de um milhão de amigos, talvez ela se encaixe melhor nas ondas do teu radinho de pilha pra te sintonizar sozinha em uma ilha.
"Meu caminho só meu pai pode mudar"


domingo, 12 de dezembro de 2010

Eu não queria ter razão.

Confesso que a muito tempo ando por aí sem muita inspiração para escrever no blog. Talvez seja a falta de tempo, talvez a correria do dia a dia, a falta de assunto ou até mesmo uma boa canção que me inspirasse (como é o caso de tantos textos que escrevi. Uma boa canção vale um texto).
Era 11 de Dezembro, chovia em São Paulo e uma dúvida na cabeça: Ir ou não ir ao show da minha amiga Myllena no Tom Jazz. Estava sem companhia pra ir (não gosto muito de sair sozinho de casa). Peguei o ônibus na maior chuva e no play do Ipod ia ouvindo as músicas do disco que ganhei da cantora. Na dedicatória um carinho destes que nunca vou me esquecer:

"A música é a mãe das coincidências. A minha foi te encontrar. Beijos. Myllena"

Que coincidência encontrar essa mineirinha na minha vida. Engraçado que este ano de 2010 eu só conheci pessoas especiais. Myllena é destas pessoas especiais que a gente espera a vida inteira. Não é um encontro que tive e sim um reencontro de outras vidas.

Show perfeito, todas as músicas do disco. "To em liquidação", "Meu jeito", "Só sei te amar" e "Quando", com direito a chuva de pétalas de rosas vermelhas.

Mas existia algo guardado, uma canção inédita e Myllena explica:

- Cheguei a conclusão que todas as brigas de amor elas são pelo mesmo motivo. A gente briga pra ter razão...Eu fiz uma canção sobre uma pessoa que descobriu o óbvio. Eu não queria ter razão, eu queria ter você.

E assim, mais uma vez, o cara que sabe de tudo, que se acha muito esperto e domina todas as respostas para casos do amor, mais uma vez, ficou sem saber responder. Como sempre, todas as respostas para o amor se resume a uma só palavra: SIMPLICIDADE

E vestida de simplicidade, olhando no meu olho e arrancando meu coração com a mão, Myllena cantou:

"Eu tenho andado por aí sem meu coração,
a minha preferencial é a contra mão.
Eu abro a porta de casa tentando me abrir,
E faço toda sua mala pra você não ir...
Mas no fundo eu devo entender que pra te ter,
Eu preciso aprender a não precisar de você"

Lágrimas, arrepio e todos os sintomas que uma boa canção causa quando se ouve pela primeira vez. Talvez não fosse justo Myllena cantar esses versos sem pedir licença para invadir a minha alma e expor todos meus os sentimentos. E como toda mulher ela foi além:

"Queria ter uma canção para cada vez que você chorou,
Eu podia ter sido sua casa mas você me deixou.
Queria que o meu coração não me ensinasse a te esquecer"
E fez jus a poetiza que existe, sem piedade ela destruiu o que existia em mim:

"Eu não queria ter razão, eu queria ter você"

sábado, 28 de agosto de 2010

Estranho

Estranho quando você beija assim minhas mãos, com tanta vontade, tanto carinho, tanto amor.
Estranho ouvir o quanto sou especial.
Estranho como nossas vozes se encaixam, se definem, unem-se a favor de um ideal.
Estranho ganhar das suas mãos o livro do poeta, sem saber que era o que eu mais queria.

Sintonia

Estranho essa nossa sintonia, uma ligação infinita.
Estranho essa sua admiração por mim, uma mística sem fim.
Estranho quando me olha e parece que inconcientemente dizemos a mesma coisa.
Estranho quando fico com vontade de conversar um pouco mais.

Se um dia eu pensava: Onde você começa e eu termino,
Hoje penso que quando começo, você está a segurar minha mão dizendo: Estou Aqui.
Então o medo se vai.
É estranho perder o medo de sonhar.

(Sem Rascunho.....)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Como um vento...


Às vezes o sinto como o vento, sem direção, às vezes frio, às vezes forte, mas por hora sinto apenas uma brisa que vai sem rumo e toca as árvores que estão em minha volta. Para onde o vento vai? Quem sabe se eu souber do destino dele eu possa encontrar algo de interessante.
Eu acredito nas coisas incertas, acredito no céu e nas estrelas, mesmo quando não posso tocá-las. Mesmo quando suas mãos ficam inatingíveis e você toca meu rosto e sinto, mas não vejo. Eu vejo você em sonhos e digo: “Como é bom ouvir sua voz”. Será que você existe? Será que é como o vento? Sinto, mas não te vejo.
Há tempos perdi a inspiração, mal escrevo, mal tenho desejos e ambições, escrevo apenas quando sinto um desejo de querer dizer o quanto te amo, mas hoje, não sei ao certo se, dá onde você está possa ler meus versos ralos e sem sentido algum.
Devia ter chorado mais, gritado mais, ter apontado o dedo para Deus e acusá-lo de roubo, mas do que adiantaria se ele apenas tomou de volta o que me emprestou. Talvez a única injustiça de Deus seja fazer com que as pessoas amem para depois tomá-las de volta. Quem sou eu então para acusá-lo senhor, se sou fraco e sem razão para nada. Não tenho razão nem das coisas que sinto, só sei que tenho sentimentos bons.
Naquela tarde de agosto, meu olhar ficou perdido vendo você desaparecer para sempre. Minhas lágrimas diziam Adeus para a pessoa que mais me amou em toda vida. Todas as manhãs o café estava pronto, as figurinhas em cima da TV e o chocolate que eu tanto gostava estava no travesseiro ao lado. O jornal infelizmente não vai mais estar na minha prateleira e aquele macarrão de Domingo vai ficar na lembrança.
E depois de deixar meu olhar lá dentro contigo, tive que inventar outro, pois ao meu lado desta vez, ficava outra pessoa que me ama e está comigo em todos os momentos da minha vida, principalmente no momento que recebi a notícia da partida dele. Foi preciso perdê-lo para dar importância a cada pensamento.