
Alcione já cantava: “não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar” e o samba, por ser do morro, por ser do povo, por nascer e viver nas dificuldades desse país sobreviveu. Quase nada apareceu e há muito tempo abriu-se uma vertente do samba, chamado “Pagode”, e hoje em dia em cada baladinha existe um grupinho, tocando, fazendo mais pose do que música. Eu não tenho verdades, tenho as minhas razões, que são minhas.
“O meu canto é uma missão, tem força de oração e eu cumpro o meu dever”, Diogo Nogueira canta assim, sua missão parece ser o samba e acredito eu, resgatar um pouco do mesmo, fazendo o novo. Diogo é carioca, filho do saudoso João Nogueira, foi criado no meio das rodas de samba e na quadra da escola Portela. Ali Diogo cresceu, ganhou respeito e consideração de muitos bambas da música e ganhou reconhecimento.
Não quero falar do Diogo, filho de João Nogueira, quero falar do artista, do músico e do cantor e compositor. Pra começar, o que chama atenção no rapaz é seu cantar, o cara canta bem, diferentemente de muitos outros da sua geração. As músicas do seu disco ao vivo são de alta qualidade, com participações especiais que nunca esperei ouvir, como Marcel Powel filho de Baden Powel, parceiro querido de Vínicius de Moraes.
Diogo Nogueira resgata o samba, resgata o partido alto, trás a roupagem do seu tempo, amigos de seu tempo como Marcelo D2 que cantou em um de seus discos que no samba havia uma maldição. Mas Diogo canta “Ninguém faz samba só por que prefere”, Diogo vem da raiz, foi criado em berço explêndido e sabe muito bem o que canta, sabe o poder e o significado desse ritmo.
Amigo leitor, talvez eu nem tenha escrito coisas geniais nesse texto, pois não nasci no samba, não entendo tanto, apesar de entender muito mais que outros tantos. Mas foram me chamar e aqui estou eu, venho de lá pequenininho e pisando devagarinho nesse solo sagrado chamado Samba.
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