sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

“Misturando a gente se entende”

Eu fiquei surpreso o ano passado, a MTV lançou um programa em parceria com a Coca-Cola para juntar artistas de outros estilos com o slogan “juntar as diferenças é o que toca, viva o lado coca cola da música”. Inusitado, até por demais, mas foi bastante interessante ver alguns artistas lado a lado.
Marcelo D2 e Lenine estrearam o programa, uma parceria bem legal, que tinha tudo a ver, apesar de uma marrudagem aqui outra ali se deram bem em cima do palco. Pitty e Negra Li não tiveram a mesma sorte, o resultado não foi dos melhores, talvez por inexperiência de ambas as partes. Cachorro Grande e Nando Reis, sem comentários, na teria muito que misturar, ambos vem da mesma vertente. NX Zero e Armandinho nem fiz muita questão de ver, mas o pouco que vi, percebi que Armandinho deu um baile de profissionalismo. CPM22 e Babado Novo tiveram lá seu lado pop, foi interessante.
Agora os dois programas que mais repercutiram, na minha opinião é claro, foi juntar o Emo-Rock com o Sertanejo e o Forró com o Rock-Ska. Fresno e Chitãozinho e Xororó proporcionaram um grande programa, tanto pela qualidade musical quanto pela lição que deram. Quanto mais o tempo passa, mas percebemos que as bandas de Rock do Brasil estão menos preparadas, menos qualificadas e menos entendidas das nossas raízes musicais. Não escondo minha admiração pelos anos oitenta, pois, os ícones daquela geração conheciam nossa música e sabiam o que queriam. Um exemplo bobo disso é Cazuza que odiava seu nome de batismo Agenor e só aceitou quando soube que Cartola tinha o mesmo nome.
Esse programa mostra como a união de dois estilos pode dar certo, as músicas do Fresno ganharam nova vida nas vozes dos sertanejos. Miranda, produtor desse programa, chegou a dizer que seria ideal o Chitãozinho e Chororó gravar Duas Lágrimas da banda gaucha. Realmente a música encaixou perfeitamente, cheguei a pensar que os irmãos estavam perdendo tempo no estilo, pois suas músicas também ficaram ótimas com o peso das guitarras.
Outro extremo foi juntar Os Paralamas do Sucesso com Calipso, confesso que quando fiquei sabendo pensei: “Agora chutaram o balde, ultrapassaram o limite do bom senso.” Maldito preconceito, julgar sem saber no que vai dar, paguei com a língua e com o cérebro. As duas bandas têm tudo a ver, as influências africanas, jamaicanas e a mistura de estilos apresentaram um belo programa (claro, concordo também que a nossa querida Joelma não canta lá essas coisas)
Herbert Viana ficou encantado com Chimbinha, e eu fiquei impressionado musicalmente com rapaz, que manda muito bem. Empenhado, disposto e conhecedor de música como poucos e que se adapta a qualquer estilo. Ai vai um recado pra você amigo Rockeiro, que crítica o topete do menino, alias julga o cara pelo topete. Você é um merda, por que tenho certeza que não conseguiria acompanhar outro estilo qualquer. Vive no seu mundo fechado, punhetando seu instrumento.
A lição que tirei assistindo esses programas foi: Alguns artistas não são ruins quanto pensamos, e conhecem muito. Outros se mostraram humildes e tentaram aprender com esse estilo diferente e outros só confirmaram quem tem vida curta na música e conhecimento de menos da nossa cultura.

Um comentário:

  1. "Ai vai um recado pra você amigo Rockeiro, que crítica o topete do menino, alias julga o cara pelo topete. Você é um merda, por que tenho certeza que não conseguiria acompanhar outro estilo qualquer. Vive no seu mundo fechado, punhetando seu instrumento.
    A lição que tirei assistindo esses programas foi: Alguns artistas não são tão ruins assim, e conhecem muito. Outros se mostraram humildes e tentaram aprender com esse estilo diferente e outros só confirmaram quem tem vida curta na música e conhecimento de menos da nossa cultura."

    ótima crítica. Faço minhas as suas palavras. Parabéns!

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