terça-feira, 31 de março de 2009

Um Violeiro Toca

Da viola caipira, devoto de São Tião Carreiro, passando pelo Semi Deus Bob Dylan, deságua na poesia de Joan Baez e na musicalidade de George Benson. Assim é o interior desse rapaz que nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para as rádios e para os corações dos brasileiros.
Almir Sater tem influências do sertanejo, do Folk, do Jazz e até de música clássica. Não é de se estranhar que é considerado um dos maiores instrumentistas do país, além é claro de ser um grande compositor. Pena que muitos brasileiros ainda não reconhecem a genialidade desse rapaz, ou pouco o conhecem. Digamos que quem conhece sabe da capacidade deste artista, legitimamente brasileiro.
Ele uniu a viola caipira ao violão de 12 cordas, ao violino, além de manter a poesia do interior que Tião Carreiro trazia.
Muitos podem achar que as músicas de Almir pertencem ao estilo caipira, mas Almir explica:
'Isto é um desafio pra mim. Faço a música caipira que eu ouvia no rádio, mas tenho influências do interior do Brasil. Das minhas composições, 80% não tem nada a ver com música caipira. 'Tocando em Frente' é um rasqueado, só que não é tocado como rasqueado. 'Moura' está mais para o choro, 'Cristal' é um estudo. 'O Violeiro Toca' é música de viola, mas não é caipira. Mas pode me chamar de caipira.'
Eu poderia tentar escrever sobre Almir, mas ainda estou conhecendo sua obra e sua vida, prefiro que suas letras despertem em você amigo leitor o interesse por esse artista especial. Tião Carreiro, esteja onde estiver, existe alguém aqui que ainda toca viola como ninguém.


Quem decide esta questão quem é que avaliaA nascente da canção, a mágica do diaPensar só nos traz alegriaSaber já é outra questãoSomente quando sonha o homem vai ao céuE o resto é pelo chão

(A Hora do Clarão)

E não aceito recompensa, se a gente faz o que pensa. Não quer remuneração e a gente vai realizar, pois não, aquela velha mas sincera ambição
(Razões)

Somos pares que o destino preferiu aproximar
(Trem de Lata)

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, Um dia a gente chega, no outro vai embora. Cada um de nós compõe a sua história. Cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz
(Tocando em Frente)

Quando o amor termina, perdido numa esquina, e um violeiro toca sua sina. Então os "óio" dos bichos, vão ficando entristecidos, rebrilham neles lembranças dos amores esquecidos.
(Um violeiro toca)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar, força pra você e a gente se vê por aí