domingo, 14 de dezembro de 2008

Gênio Injustiçado?


Sempre que falamos do Rock Brasileiro dos anos 80, os primeiros nomes a surgir são sempre de Renato Russo, Cazuza, Arnaldo Antunes, Humberto Gessinger e Júlio Barroso. Esses considerados como poetas da geração dos anos 80. Não veja amigo leitor, esse texto como protesto, mas sim, como um reconhecimento ao grande artista, letrista e músico.
Justiça sempre foi feita em relação a banda, considerada como uma das melhores do nosso rock, mas quanto ao letrista, Herbert Viana sempre foi deixado meio que de lado pela crítica musical e outros veículos, pelo menos ao meu ver. Mas os fãs paralamicos e os ouvidos de bom gosto, sempre notaram a genialidade poética de Herbert, letras fortes, diretas e somadas a harmonia da banda, faz dos Paralamas uma das maiores bandas do Brasil.
Cito aqui minhas letras favoritas de Herbert, confesso que muitas delas falam de amor como “Caleidoscópio”, “Essa tarde”, “Tendo a Lua”, “O que eu não disse”, “Meu Erro”, “De Perto”, “Seguindo Estrelas”, “Viernes 3 Am”, “Um Dia em Provença”, “Sempre te quis” entre tantas outras que não consigo citar aqui, pois tomaria muito espaço.
Os versos de algumas músicas são de arrepiar qualquer ouvinte, como “Quase um Segundo” do disco Bora-Bora de 1988: “Eu queria ver no escuro do mundo, onde está tudo que você quer. pra me transformar no que te agrada, no que me faça ver”

“Lanterna dos Afogados” dos disco Big Bang de 1989: “Quando ta escuro e ninguém te ouve, quando chega a noite e você pode chorar. Há uma luz no túnel dos desesperados, há um cais de porto pra quem precisa chegar.”

“Alagados” do disco Selvagem? De 1986:“Todo dia, o sol da manhã vem e nos desafia. Trás do sonho pro mundo quem já não queria”

A trajetória de Herbert teve mais altos do que baixos, o início dos anos 90, em geral, não foi bom para nenhuma das bandas do rock nacional. Com a crise, o sertanejo e o pagode em alta, o rock foi colocado de lado e dado como falido. Mesmo assim “Os Grãos” de 1991 foi um disco clássico, assim como o “V” da Legião Urbana. Em minha opinião, dois discos que fizeram o rock dos anos 80 respirarem.
Graças ao bom Deus, os Paralamas conseguiram ser reconhecidos pela MTV e pelo seu público nos primeiros anos do VMB (Vídeo Music Brasil), ganhando os principais prêmios da emissora nos anos de 95, 96, 97, 98. Hoje sabemos que a MTV e seu VMB não passam do “mais do mesmo”, reconhecendo os artistas da moda e não prezando pelo trabalho artístico.

Tantas canções, tantas letras fantásticas e tantas vezes esqueceram esse poeta, se assim posso dizer, nas citações de alguns livros e reportagens sobre o nosso rock. Considero Herbert como um dos maiores letrista tanto da geração 80 como dá música popular brasileira. Injustiçado? acredito que não, Herbert não precisa de maiores citações, seu legado está mais do que bem feito na sua obra.






Um comentário:

  1. Concordo com você Ro... o Herbert tem letras lindas e que não são reconhecidas... aposto com você que a maioria dos fãs de Ivete Sangalo acham que a música, belíssima, Se eu não te amasse tanto assim é de autoria da cantora... Beijos

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