(Meu oratório particular)
Desde de pequeno em tudo que me apaixono vou a fundo, foi
assim no esporte, na música e hoje na religião. Fui criado Catolicismo, mas
sempre tive uma ligação forte com o espiritismo. Não sabia distinguir o que era
o que, não sabia o que era Kardecismo, Umbanda, etc. Apenas dizia: Eu gosto do
espiritismo, vou lá me benzer. Até que um dia as coisas mudaram e eu aprendi e
escolhi a qual espiritismo queria seguir. E a minha escolha foi A UMBANDA.
Muitos me perguntam se onde eu vou fazem macumba,
trabalhos, se Exu é o Diabo. Enfim, as dúvidas são muitas entre pessoas que
conheço, mas o medo de saber a verdade ou se aprofundarem mais no assunto é
maior, por isso, muitos param por ai. Sempre gosto de explicar: A Umbanda é uma
religião, portanto, só pode e deve fazer o bem. É fato que muitos rotulam a
Umbanda para o mal, mas o mal existe nas pessoas e não na Umbanda. Assim como
existe pastores evangélicos safados, existem muitos que trabalham corretamente
dentro das suas igrejas. Enfim, dentro de cada religião existem pessoas que
trabalham para o bem e trabalham para o mal, achando muitas vezes que estão
fazendo algo bom.
A Umbanda nasceu em 1908, seu fundador foi Zélio de Moraes,
que em uma mesa Kardecista incorporou o espírito de um índio, que se apresentou
como o caboclo das Sete Encruzilhadas. Antigamente espíritos de índios ou
pretos não podiam se manifestar nas sessões kardecistas, sendo julgados como
espíritos atrasados:
- "-Se julgam atrasados estes espíritos dos
pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o
médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios
poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual
lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a
igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.
E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo
das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
A partir de então a Umbanda foi criada, com o
misto do espiritismo, do catolicismo, do candomblé, e de outras religiões,
tornando-se uma religião típica brasileira. Dos Orixás o sincretismo com os
santos católicos, tendo Deus chamado de Olorum e Jesus Cristo sincretizado com
o orixá Oxalá.
Mas o que é um Orixá? Nas palavras do meu
dirigente espiritual, o sacerdote Alex Santos, Orixá são os sentidos de Deus atuando
em nossa vida: Fé (Oxalá), Amor (Oxum), Conhecimento (Oxossi), Justiça
(Xangô), Lei (Ogum), Evolução (Obaluaê) e Geração (Yemanjá).
Dentro disso, trabalham os espíritos em forma de
arquétipos, dentro das linhas de trabalho: os Caboclos, Os Pretos-Velhos, Os
Baianos, Os Boiadeiros, Os Marinheiros, Os Ciganos, As Crianças e os Guardiões,
conhecidos como Exú. A gira (como é chamada a missa ou o culto Umbandista) os
espíritos incorporam nos médiuns com esses arquétipos simples, de pretos velhos
ou baianos, para ajudar a quem precisa. Mas por que um espírito incorpora em um
médium com um arquétipo de um índio? A minha resposta é: A Umbanda é uma
religião que trabalha com a simplicidade, para ajudar todas as pessoas, de
qualquer classe social. Mas é preciso ter o coração humilde e manso, como diria
Jesus Cristo, para entender e absorver o poder divino dentro da Umbanda.
Explicando em parábola, se um dia você estivesse
na rua, perdido, sem orientação e visse de um lado um senhor de gravata, muito bem
aparentado e do outro um negro, sentado em um toco de madeira, fumando um cachimbo. Te
pergunto: Para quem você pediria uma orientação? A Umbanda trabalha com
arquétipos genuinamente brasileiros, arquétipos simples, dos quais, sofrem preconceitos a todo
instante (Pretos, índios, baianos, boiadeiros, etc...). A espiritualidade é sábia, é preciso humildade para ter amparo de Deus.
Para pisar na Umbanda tem que pisar devagar,
firma os pensamentos, livrar-se dos preconceitos terrenos, abrir o coração para
a simplicidade e deixar a humildade trabalhar dentro de você. Lembre-se então,
Umbanda é religião, portanto, só pode fazer o bem. Quando pisar no
templo de Umbanda, peça a benção de Deus, Olorum ou Zambi, ali é a casa dele
também. Talvez do jeito que ele sempre sonhou, assim gosto de pensar. Sem ouro, sem ostentação,
sem ternos e gravatas, sem forçar você a nada. A Umbanda é que eu acho que Deus
gostaria que fosse: o pé no chão, o branco na roupa e o amor no coração.
Saravá Umbanda.
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