domingo, 2 de junho de 2013

Refletiu a Luz Divina

(Meu oratório particular)

           Hoje peço a licença para falar sobre um assunto que está mudando minha vida e meu modo de pensar. Eu que um dia pensei em tudo e achei que soubesse falar sobre tudo, aprendi que nem tudo sei e nem aprenderei. Mas sobre o pouco que sei, quero dividir com você, claro, se quiser saber. O assunto pode ser delicado, assustador para muitas pessoas, mas hoje eu entendi o motivo da fé e é sobre isso que quero falar.
           Desde de pequeno em tudo que me apaixono vou a fundo, foi assim no esporte, na música e hoje na religião. Fui criado Catolicismo, mas sempre tive uma ligação forte com o espiritismo. Não sabia distinguir o que era o que, não sabia o que era Kardecismo, Umbanda, etc. Apenas dizia: Eu gosto do espiritismo, vou lá me benzer. Até que um dia as coisas mudaram e eu aprendi e escolhi a qual espiritismo queria seguir. E a minha escolha foi A UMBANDA.
           Muitos me perguntam se onde eu vou fazem macumba, trabalhos, se Exu é o Diabo. Enfim, as dúvidas são muitas entre pessoas que conheço, mas o medo de saber a verdade ou se aprofundarem mais no assunto é maior, por isso, muitos param por ai. Sempre gosto de explicar: A Umbanda é uma religião, portanto, só pode e deve fazer o bem. É fato que muitos rotulam a Umbanda para o mal, mas o mal existe nas pessoas e não na Umbanda. Assim como existe pastores evangélicos safados, existem muitos que trabalham corretamente dentro das suas igrejas. Enfim, dentro de cada religião existem pessoas que trabalham para o bem e trabalham para o mal, achando muitas vezes que estão fazendo algo bom.
            A Umbanda nasceu em 1908, seu fundador foi Zélio de Moraes, que em uma mesa Kardecista incorporou o espírito de um índio, que se apresentou como o caboclo das Sete Encruzilhadas. Antigamente espíritos de índios ou pretos não podiam se manifestar nas sessões kardecistas, sendo julgados como espíritos atrasados:

 - "-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."

A partir de então a Umbanda foi criada, com o misto do espiritismo, do catolicismo, do candomblé, e de outras religiões, tornando-se uma religião típica brasileira. Dos Orixás o sincretismo com os santos católicos, tendo Deus chamado de Olorum e Jesus Cristo sincretizado com o orixá Oxalá.
Mas o que é um Orixá? Nas palavras do meu dirigente espiritual, o sacerdote Alex Santos, Orixá são os sentidos de Deus atuando em nossa vida: Fé (Oxalá), Amor (Oxum), Conhecimento (Oxossi), Justiça (Xangô), Lei (Ogum), Evolução (Obaluaê) e Geração (Yemanjá).
Dentro disso, trabalham os espíritos em forma de arquétipos, dentro das linhas de trabalho: os Caboclos, Os Pretos-Velhos, Os Baianos, Os Boiadeiros, Os Marinheiros, Os Ciganos, As Crianças e os Guardiões, conhecidos como Exú. A gira (como é chamada a missa ou o culto Umbandista) os espíritos incorporam nos médiuns com esses arquétipos simples, de pretos velhos ou baianos, para ajudar a quem precisa. Mas por que um espírito incorpora em um médium com um arquétipo de um índio? A minha resposta é: A Umbanda é uma religião que trabalha com a simplicidade, para ajudar todas as pessoas, de qualquer classe social. Mas é preciso ter o coração humilde e manso, como diria Jesus Cristo, para entender e absorver o poder divino dentro da Umbanda.
Explicando em parábola, se um dia você estivesse na rua, perdido, sem orientação e visse de um lado um senhor de gravata, muito bem aparentado e do outro um negro, sentado em um toco de madeira, fumando um cachimbo. Te pergunto: Para quem você pediria uma orientação? A Umbanda trabalha com arquétipos genuinamente brasileiros, arquétipos simples, dos quais, sofrem preconceitos a todo instante (Pretos, índios, baianos, boiadeiros, etc...). A espiritualidade é sábia, é preciso humildade para ter amparo de Deus.
Para pisar na Umbanda tem que pisar devagar, firma os pensamentos, livrar-se dos preconceitos terrenos, abrir o coração para a simplicidade e deixar a humildade trabalhar dentro de você. Lembre-se então, Umbanda é religião, portanto, só pode fazer o bem. Quando pisar no templo de Umbanda, peça a benção de Deus, Olorum ou Zambi, ali é a casa dele também. Talvez do jeito que ele sempre sonhou, assim gosto de pensar. Sem ouro, sem ostentação, sem ternos e gravatas, sem forçar você a nada. A Umbanda é que eu acho que Deus gostaria que fosse: o pé no chão, o branco na roupa e o amor no coração.
Saravá Umbanda.

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